top of page
  • juliaoliveirar

Livrai-nos da ansiedade nossa de cada dia

"Um pedaço de pão comido em paz é melhor do que um banquete comido com ansiedade."

Esopo



A ansiedade talvez seja o sintoma que melhor represente o espírito do nosso tempo. O século XXI corre e parece que temos que correr junto com ele. Nossa época é marcada por demandas que, muitas vezes, extrapolam o bom senso, colocando o indivíduo na posição de servir às demandas e não de se servir do que a vida pode trazer e ser.


Este lugar de servi-dor da própria vida vem com um custo pessoal altíssimo para o sujeito, que está sempre tendo que responder ao que o mundo exige dele. E é tanta coisa, que cada pequena coisa acaba tendo um peso enorme. A noção de proporcionalidade acaba ficando um pouco falha. Fica difícil perceber a grandeza ou a pequenez de cada situação, pois o sujeito não está se deparando só com aquilo que lhe acontece no presente, ele já está de olho ou no futuro catastrófico ou no futuro que acha que pode controlar.


Essa preocupação excessiva frente ao desconhecido, a isso que pode acontecer, como também pode não acontecer, vem com um gasto de energia muito grande. E a ansiedade é, muitas vezes, sentida no corpo. Nesse sentido, o corpo fala de uma realidade psíquica. Ele nos fala disso que precisa ser colocado em palavras para que se possa dar tratamento.


A ansiedade é um mal do nosso tempo, mas não é possível fugir do contexto em que se vive, é necessário aprender a viver nesse mundo ao seu próprio modo. E esta busca é marcada pela singularidade com que cada pessoa se arranja para estar e ser no mundo.

Comments


Commenting has been turned off.
bottom of page