"Olhe para dentro, para as suas profundezas, aprenda primeiro a se conhecer."
Sigmund Freud
O mundo em que vivemos é marcado por um ritmo quase frenético de trabalho, de produtividade e de demandas pessoais e profissionais, que não deixam muito tempo para o sujeito perceber o que está acontecendo com ele e ao seu redor.
Geralmente quando o sentimento de angústia ou de insatisfação aparece, são em momentos pontuais e logo são relegados para um canto, afinal há muito o que se fazer. Isso, até o momento em que esses sentimentos crescem tanto que exigem atenção, exigem ser reconhecidos, pois algo não está funcionando.
Esse alerta deve ser considerado com a importância que lhe é devida. Perceber que algo no modo em que se está vivendo não está funcionando pode salvar o sujeito de um adoecimento físico ou mental.
Mas e daí? O que fazer diante dessa percepção? É mais fácil falar em mudar do que fazer qualquer coisa a respeito. E é interessante constatar que é exatamente pela fala, pelo trabalho de se questionar, de buscar maior elucidação sobre aquilo que lhe aflige, que o sujeito pode começar a se posicionar de forma distinta perante a vida.
É pela fala que o sujeito vai se aprofundar em si mesmo. Esse é um movimento corajoso, pois exige deparar-se consigo sem tantas máscaras. Realmente se enxergar e não quem se quer ser ou quem aparenta ser. É dar lugar às marcas que carrega, suas vivências e elaborações sobre o mundo que o cerca e sobre si mesmo.
Este processo dá a possibilidade ao sujeito de fazer retificações e adotar novas posições perante o outro, quando as antigas já não funcionam. É a partir dessas escolhas que o sujeito pode “ser no mundo” de um modo que lhe é singular, mais autêntico e que, portanto, pode trazer-lhe mais satisfação, sem tanta angústia.
A coragem de buscar a sua felicidade é então impulsionada pela clareza que advém desse conhecimento, na medida que é ele que desvela o seu desejo.
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